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Obra parada em cais atrasa estreia dos navios graneleiros em Itajaí

A paralisação das obras de reforço e realinhamento dos berços 3 e 4, por falta de pagamentos, já trouxe o primeiro grande prejuízo para o Porto de Itajaí. Em agosto deveria ocorrer a estreia do serviço de embarque de soja no terminal, mas o navio graneleiro terá a escala cancelada por falta de lugar para atracar – um revés que agrava a crise no porto.

A operação era expectativa de novo fôlego para o terminal, que desde o ano passado perdeu metade da movimentação de navios e contêineres. A estimativa é que a movimentação de grãos, assim que engrenar, represente um crescimento de 38% na movimentação em Itajaí, com 55 caminhões por dia.

Ocorre que, sem o berço 3 disponível, a única opção seriam os berços 1 e 2, operados pela APM Terminals. Mas dividir a logística com os contêineres quadruplicaria o tempo de carga e descarga e exigiria manobras extras para retirar o navio graneleiro quando houver necessidade de girar outras embarcações na área de manobras – o que torna a operação cara e inviável.

Em junho o governo federal chegou a anunciar que pagaria R$ 4,8 milhões dos R$ 8 milhões que deve à construtora Serveng, responsável pela obra nos berços 3 e 4. Mas o repasse foi cancelado na última hora por falta de dinheiro na Secretaria Especial de Portos (SEP), hoje vinculada ao Ministério dos Transportes. Segundo o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Junior, há expectativa de que o dinheiro seja liberado esta semana, já que a União fez uma nova remessa de recursos para a SEP. 

 A construtora comprometeu-se a retomar os trabalhos assim que a primeira parcela for paga. As obras começaram em 2014 e deveriam ter sido concluídas no fim do ano passado, mas foram atingidas pela crise no governo federal. Os pagamentos, que vinham ocorrendo a conta-gotas, pararam de vez nos últimos meses.

Impasse

Não bastasse a falta de recursos, o Porto de Itajaí ainda terá que enfrentar uma nova batalha para conseguir que o governo federal autorize a retirada de uma laje submersa, que impede o avanço da obra no berço 4. Como o obstáculo não estava previsto no projeto, será necessária uma alteração contratual – com injeção de recursos – para tirar a laje do caminho. Algo que, na atual conjuntura, não tem prazo para ocorrer. 

Contra a maré

Desde 2008 o Porto de Itajaí não teve mais todos os berços em operação. Em três anos, os cais foram afetadis por enchentes duas vezes e passaram por reconstrução. Com a demora nas obras de reforço e realinhamento, ainda não se sabe quando poderá operar por inteiro outra vez.

Em Brasília

O ministro Maurício Quintella Malta Lessa recebe na próxima semana uma comitiva de Itajaí que levará a ele os principais entraves do porto. O encontro, intermediado pelo senador Dalírio Beber (PSDB), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, vai tratar da obra dos berços 3 e 4, da dragagem do canal de acesso, dos recursos para a segunda etapa da nova bacia de evolução e da extensão de contrato da APM Terminals, arrendatária do terminal.

 

 

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