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O céu é o limite (mas só depois de decolar)

Carregando um transformador de 180 toneladas da ABB (Asea Brown Bovery) com destino a Santiago do Chile, o avião Antonov 225 Mriya aguardava, até a noite do feriado de 15 de novembro, a finalização dos procedimentos de “alinhamento” da carga para poder decolar do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O An-225 Mriya é o maior avião do mundo, e o único da série que hoje tem condições de voo.

Construído nos anos 80 na Ucrânia com o propósito de transportar a nave Buran para o Programa Espacial Soviético, o Mriya ganhou esse nome que significa “sonho”, ou “inspiração”, algo facilmente relacionável ao gigantesco equipamento que comportaria mais de mil e quinhentas pessoas em seus quase 85 metros de comprimento.
 
Após a desintegração da União Soviética, o Antonov ficou armazenado por mais de uma década, até que foi novamente motorizado para ter a sua capacidade de carga aproveitada.
 

Percalços -

 A jornada do Antonov 225 Mriya começou em Kiev, na Ucrânia, na última quinta-feira (10), com destino a Leipzig, na Alemanha, onde um dos motores precisou passar por manutenção após ter, inclusive, uma ocorrência com fogo.

Da Alemanha, a aeronave rumou para a Islândia, de onde voou para Goose Bay, no Canadá.

O segundo imprevisto aconteceu, então, nessa quarta etapa da viagem, cuja programação incluía paradas em Washington e Miami (EUA) e, em seguida, Suriname e Chile, porém o trecho foi todo cancelado.

Em solo brasileiro

Com o cancelamento de parte da rota, de Goose Bay, o Antonov seguiu para Houston, e então para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde fez um pouso tranquilo na manhã de segunda-feira (14), apesar da garoa. “Para estacionar uma aeronave desta no pátio, tivemos que reservar três posições de grandes cargueiros”, explicou o gerente de operações de Viracopos, Marcelo Mota. “Ela ocupa, sozinha, três posições”.

Na noite do próprio dia 14, o Antonov chegava ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, esperado por uma fileira de carros de “fãs” do equipamento que traz consigo parte da história da Guerra Fria.

A chegada do Antonov fora viabilizada cerca de um mês antes, graças à certificação de Guarulhos segundo as exigências operacionais para aeronaves de grande porte, o chamado “Código F” da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Segundo a gerente comercial do aeroporto, Maria Fan, embora Guarulhos ainda permaneça como Código E, a expansão da infraestrutura realizada nos últimos quatro anos de concessão da GruAirport vem permitindo o recebimento de aeronaves cada vez maiores.

Sem limites

Semanas antes da chegada do Mriya, a equipe da GruAirport mostrou entusiasmo, e explicou o significado de receber uma aeronave de tal porte: “Estamos trazendo o Antonov, o maior avião do mundo, graças à nova certificação junto à Anac, com uma carga imensa, o que mostra que a estrutura do aeroporto já não tem mais limitação”, disse Maria Fan.

Apesar do planejamento

e das expectativas, tanto da equipe do aeroporto quanto do público, ansioso para ver a aeronave que carrega pelo nariz (a parte frontal) –, as operações não correram exatamente dentro da programação: a carga, que deveria seguir para o Chile na manhã do dia 15, ainda precisou aguardar o alinhamento dos trilhos que a conduziriam para dentro da aeronave.

Como resultado, o horário previsto para decolagem passou para as 19h30 da terça-feira, e novamente adiado para as 22h30.

 

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