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China lança o maior navio mineraleiro do mundo

A China lançou esta semana, no dia 19 de Setembro 2017, o maior navio mineraleiro do mundo, em Qingdao, na Província de Shandong.

O navio, que foi batizado com o nome “ORE TIANJIN”, tem 362 metros de comprimento por  65 metros de boca, podendo carregar até 400 mil toneladas de minério de ferro em sete porões de carga.

Para se ter uma ideia, o convés do navio equivale a mais de 3 campos de futebol e representa a nova geração de super mineraleiros, sendo o primeiro modelo entregue desta nova classe de navios, a CHINAMAX.

A classe é uma evolução da conhecida classe VALEMAX, que foi encomendada pela empresa brasileira Vale há alguns anos, marcando o início da era dos VLOCs (Very Large Ore Carriers), sendo parte dos planos da empresa para combater a flutuação dos preços do frete de minério naquela época, que chegavam a atingir incríveis 1000%.

Foram 35 navios encomendados aos estaleiros chineses, sendo 19 pela Vale e 16 por outras empresas.

Devido à incapacidade das autoridades brasileiras em negociar e a péssima gestão que assolou o país por mais de uma década, o projeto acabou sucumbindo após pressões que culminaram num grande boicote imposto pelo Governo da China, que proibiu a atracação dos navios em portos chineses, forçando a VALE a vendê-los para armadores chineses e coreanos em maio de 2015.

E com um detalhe: nenhum desses navios foi operado por marítimos brasileiros.

Como é um navio muito grande, muito teve que ser feito pela equipe do Estaleiro Quingdao Beihai Shipbuilding Heavy Industries em termos de inovação na concepção de seu projeto e execução, garantindo suas condições de estabilidade, flutuabilidade, estanqueidade, segurança operacional e sustentabilidade.

Foram utilizadas robustas chapas de 2″ na construção (isso mesmo, você não está enganado, duas polegadas).

Para se conseguir uma solda de qualidade em chapas desta dimensão, é necessário o pré-aquecimento das mesmas até a temperatura adequada, garantindo a integridade da solda e prevenindo trincas.

Para isso, a equipe desenvolveu um processo de soldagem através de um sistema supersônico sincronizado, que funcionou muito bem.

Também foi desenvolvido um sistema de monitoramento estrutural para que todos os esforços aos quais a estrutura está submetida durante as operações, estando carregada ou não, sejam devidamente acompanhados.

E os esforços são muitos, dentre os quais destacamos os torsores, cisalhantes e fletores, dentre outros. Até mesmo pela especificidade da carga, o sistema veio bem à calhar, e em caso de qualquer comportamento anormal, a tripulação é avisada pelo sistema por alarmes diversos.

Outra inovação instalada é a HSVC (High Voltage Shore Conection), que permite ao navio pegar energia de terra durante as operações portuárias.

Não estamos falando da tomada de energia de terra que conhecemos, mas sim de um sistema mais complexo, que permite ao navio operar com energia de terra sem limitação alguma, principalmente no que tange aos conhecidos picos de energia quando utilizamos bombas de lastro ou incêndio, por exemplo.

Os construtores também informaram que o navio consegue uma economia de até 20% no consumo de combustível quando comparado ao consumo da classe VALEMAX.

Também informam que o navio consegue carregar e descarregar com o dobro da velocidade, mas colocamos uma grande interrogação nisso, já que a velocidade de carga e descarga de um mineraleiro é muito mais atrelada à iinfraestrutura do terminal do que aos recursos do navio.

O sistema de monitoramento da estrutura, somado a um possível sistema automático de lastro / anti-heeling, talvez até ajudem, mas dificilmente a ponto de dobrarem a velocidade da operação no porto.

Deveria haver uma integração muito grande entre navio, sistema de shiploaders (na carga) e sistema de grabs (na descarga).

Difícil? Sim

Impossível? NÃO.

Serão 30 navios construídos com o único objetivo de transportar o minério de ferro entre Brasil e China, que hoje é a maior consumidora mundial desta commodity.

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