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Setor portuário estimula avanços tecnológicos, analisa especialista

Navios capazes de transportar mais de 20 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), equipamentos de movimentação de cargas automatizados, veículos teleguiados carregando mercadorias pelo pátio de terminais e propulsionados sem a utilização de combustíveis derivados de petróleo, mas por baterias de lítio.

Essas são algumas das últimas novidades tecnológicas implantadas no setor portuário.

Mas daqui a algumas décadas, você não deve precisar delas para embarcar ou desembarcar nos complexos marítimos.

A atividade portuária por volta de 2040 vai depender de tecnologias que ainda vão ser inventadas e terão pouca semelhança com o que se vê hoje nos principais portos do mundo.

A análise é do executivo da Konecranes (uma das principais fabricantes mundiais de equipamentos portuários, como portêineres, pontes rolantes e veículos teleguiados), Jussi Suhonen.

Ele se reuniu com empresários do Porto de Santos e autoridades do sistema portuário brasileiro na tarde de quarta-feira (11), na unidade da empresa em Houston (Texas, Estados Unidos).

O grupo integra a comitiva do Porto & Mar 2019, que realiza desde a última terça-feira (10) uma visita técnica ao complexo norte-americano e suas empresas.

A viagem complementa a programação do Porto & Mar – Seminário A Tribuna para o Desenvolvimento do Porto de Santos, realizado pelo Grupo Tribuna em junho, em Santos.

A programação é organizada com apoio do corpo consular dos Estados Unidos no Brasil, do Departamento de Comércio do governo americano e da Câmara de Comércio Brasil Texas (Bratecc).

Futuro da tecnologia

Em entrevista a A Tribuna, realizada logo após receber os membros da comitiva do Porto & Mar e acompanhá-los em uma visita técnica à fabrica local da Konecranes, Suhonen falou sobre o futuro da tecnologia portuária, destacando que o modelo operacional deve mudar “radicalmente” nas próximas décadas.

“Recentemente, o mercado passou a falar de navios de 30 mil TEU. Para atender uma embarcação como essa, teremos de repensar totalmente nossos equipamentos e tecnologia. Será um mundo novo. Teremos automação, teremos sistemas controlados remotamente e um menor impacto ambiental, mas vamos ter de mudar como podemos atender um navio que precisará operar um volume desse de carga de forma tão rápida. O que vamos utilizar para isso certamente ainda não foi inventado”, destacou o executivo, que atua como diretor de vendas de Soluções Portuárias para o continente americano.

Para Jussi Suhonen, essa próxima revolução tecnoló-gica do setor deve ocorrer por volta de 2040, “provavelmente quando já estiver aposentado”.

Automação

Mas antes, o diretor prevê a consolidação dos sistemas de automação nas operações de terminais.

“Hoje, temos uma boa tecnologia de automação para movimentar carga em pátio e trazê-la para o cais. Mas entre o cais e o navio ainda temos de nos desenvolver ainda mais, ampliar a eficiência. Hoje, a automação garante previsibilidade, de que vamos precisar com o aumento da quantidade de cargas movimentadas em navios, e segurança para nossos profissionais”.

De acordo como representante da Konecrane, com base na evolução tecnológica do setor, esse “desafio” deve ser vencido nos próximos dez anos.

Ferroviárias

Também quarta, a comitiva do Porto & Mar 2019 se reuniu com representantes da operadora de cargas de projeto UTC Overseas, que atua mundialmente, inclusive no Brasil, e com dirigentes da Port Terminal Railroad Association, que reúne as empresas ferroviárias em operação no Porto de Houston.

A visita técnica continua nesta quinta-feira, com o grupo brasileiro seguindo para o polo tecnológico de Austin.

Estão programadas reuniões com pesquisadores do campus local da Universidade do Texas, dirigentes de startups e executivos da gigante tecnológica IBM.

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