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Executivo defende cabotagem

O Brasil deve ampliar o uso da navegação de cabotagem, para que seus portos se desenvolvam de forma competitiva no mercado pós-crise econômica internacional. A recomendação é do diretor da Autoridade Portuária de Vigo, na Espanha, Luis Lara Rubido, que também defende a aplicação de investimentos pesados em infraestrutura como uma das soluções para tornar as operações mais eficientes e baratas no setor.

De seu escritório em Vigo, o executivo espanhol participou ontem de uma videoconferência, durante o Simpósio Internacional de Gestão em Ambiente Portuário (Sinap), realizado até hoje, na Cidade, pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), com apoio de A Tribuna. Sua apresentação foi mediada pelo professor Luis Caramés Viétiez, da Universidade Santiago de Compostela, que estava no evento.

Segundo Rubido, a cabotagem ­ navegação entre portos de um mesmo país ou, eventualmente, de um bloco comercial ­ é a opção mais eficaz para reduzir custos logísticos. Esse tipo de serviço, normalmente, se torna atraente em períodos de recessão, porque é mais barato que os modais terrestres, ainda mais quando há uma redução na oferta de cargas.

O diretor da Autoridade Portuária de Vigo contou que a cabotagem é uma opção importante e consolidada para a troca de cargas na Europa. O complexo que ele dirige, por exemplo, tem serviços diários com conexão para Le Havre e Nantes, ambos na França, e Algeciras, o maior porto da Espanha.

"Para o Brasil e outros países sulamericanos, a cabotagem é extremamente acertada porque o mercado se concentra no litoral do País", destacou, ao ser informado por participantes do seminário que a maior parte das capitais brasileiras é de cidades portuárias.

CRISE

Apesar da recomendação feita por Rubido, o Porto de Vigo não vive seus melhores dias. O complexo acumula quedas em movimentação de mercadorias que podem chegar a 60%.

Para combater o decréscimo, o porto irá aumentar sua infraestrutura. Parece contraditório, mas é a melhor forma de se preparar para o pós-crise, afirmou Rubido. O complexo prepara ampliações em seus terminais e acessos.

A movimentação de automóveis caiu 30% neste ano; e a de contêineres, 20%. "E só não foi pior porque armadoras como a Maersk e a MSC mantiveram suas linhas regulares em Vigo".

O Porto de Santos deve fechar este ano com um crescimento de 0,3% sobre o período anterior.

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