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Deputados querem ouvir presidente da Copel sobre ações do porto Ponta do Félix

Nesta quarta-feira, o ex-presidente da Fundação Copel Edílson Bertholdo deu explicações sobre o caso para a Comissão de Fiscalização da Assembleia

O ex-presidente da Fundação Copel Edílson Bertholdo foi ouvido, na manhã desta quarta-feira (18), pelos deputados estaduais que compõem a Comissão de Fiscalização da Assembleia Legislativa. Bertholdo foi convocado para explicar por que a Fundação Copel, que tinha preferência de compra, não adquiriu as ações da Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil) do Terminal Portuário Ponta do Félix, em Antonina, no Litoral paranaense. A Previ ? que manifestou a intenção de vender as ações há quase um ano ? fechou negócio no início deste mês com o grupo Equiplan, empresa ligada ao operador portuário Fortesolo, de Paranaguá. Os deputados também vão ouvir o presidente da Copel, Rubens Ghilardi.

O resultado da negociação irritou o governador Roberto Requião (PMDB). Ele pretendia retomar o terminal para o estado por meio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e da Fundação Copel. A fundação tinha direito de preferência na compra por ter 20,41% das ações do terminal. Na Escola de Governo da semana passada, o governador acusou Edílson Bertholdo de ter contrariado os interesses do estado e de ter agido por interesses próprios na transação.

Bertholdo pediu afastamento da presidência do fundo de pensão depois das críticas de Requião e negou que tenha agido por interesse próprio. ?Não existem decisões individuais nos fundos de pensão. Existe um colegiado que toma a decisões. E elas são baseadas em pareceres técnicos?, disse.

Para os deputados, Bertholdo afirmou que a Fundação Copel não usou seu poder de compra das ações porque a Appa havia manifestado interesse na negociação. O deputado Durval Amaral (DEM), que integra a Comissão de Fiscalização, disse que o argumento do ex-presidente da Fundação Copel não tem consistência. ?É um argumento frágil que não vamos acreditar?, afirmou Amaral, ao site de notícias da Assembleia.

Amaral disse que o depoimento de Bertholdo foi de um funcionário que não quer se comprometer com a empresa com a qual ainda tem vínculo. Mesmo pedindo exoneração de presidente da Fundação, Bertholdo é engenheiro eletricista da Copel desde 1978. Durante o depoimento, Bertholdo afirmou que em nenhum momento foi comunicado pelo presidente da Copel, Rubens Ghilardi, que teria recebido a determinação do governador Requião de que a Fundação deveria comprar as ações da Previ.

A Comissão de Fiscalização decidiu que convocará também o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, para ser ouvido na Assembleia. O mesmo acontecerá com o Marlus Gaio, presidente do Conselho Deliberativo, órgão máximo da Fundação Copel, que teria decidido não participar da negociação. Os deputados também não descartam ainda a possibilidade de ouvir o superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza. O objetivo seria entender porque a Appa não adquiriu as ações, embora tenha feito duas reuniões com a Previ, uma no dia 27 de outubro, em Curitiba, e outra em 3 de novembro, no Rio de Janeiro, onde fica a sede do fundo.

Bertholdo alegou que quando foi decidido que a venda não seria feita à Appa já havia expirado o prazo para que a Fundação Copel pudesse fazer a aquisição. O ex-presidente da Fundação Copel não informou por que o órgão não tomou a decisão antes, já que a Previ manifestou o interesse de vender as ações em abril 2008. Segundo Bertholdo, nos últimos dois anos, a Fundação Copel somou um prejuízo de R$ 12 milhões no Terminal Ponta do Félix. Ele atribui que parte desta perda é decorrência da ordem imposta pela Appa, em fevereiro de 2008, limitando a atuação do terminal.

Desde então, o terminal ficou autorizado de movimentar apenas carnes congeladas e proibido de embarcar e desembarcar madeira, minérios e fertilizantes, como era previsto anteriormente. Essa determinação reduziu a movimentação no terminal, que viu o número de navios que atracam no local cair de cinco para um por mês, o que desvalorizou as ações da empresa.(Fonte: Gazeta do Povo, com informações

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